Outubro de 2009
Capa:
António Feijó, num retrato a óleo de Columbano Bordalo Pinheiro, pertencente ao Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto).
Proprietário da imagem: Instituto dos Museus e da Conservação, I. P.
Fotografia de Carlos Monteiro
Conteúdos
Editorial – Ponte de Lima e o Património Imaterial
(José Pereira Fernandes)
Poema “Lisboa”, de Sophia de Mello Breyner Andresen
Página Literária: Viajar com… António Feijó
(Cláudio Lima)
Ponte de Lima Vila Romana
(Daniel Campelo – Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima)
Serra d’Arga: Por uma estratégia coesa de valorização identitária e paisagística
(Victor Mendes – Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima)
Casa do Concelho de Ponte de Lima apresenta em Lisboa o novo livro de A. M. Couto Viana, Que é que eu tenho, Maria Arnalda? E outros contos pícaros
Da interrogação à Cidadesinha, de António Manuel Couto Viana
(Ricardo de Saavedra)
Senhores de Ponte de Lima
(António Manuel Couto Viana)
Homenagem da Sociedade Histórica da Independência de Portugal a António Manuel Couto Viana, Wai Pok Man
(José Pereira Fernandes)
Grupo de Cavaquinhos e Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Ponte de Lima – Das Festas de Lisboa à Feiras Novas
(Irene Vieira Rua)
Romaria Limiana de 2009
(Irene Vieira Rua)
Sophia: A beleza das palavras e das coisas
(Fernando Aldeia)
António Feijó, o património da gastronomia limiana e o arroz de sarrabulho
(José Cândido Martins)
Os Morros de Nóqui, de Cláudio Lima
(Luís Dantas)
Figuras Populares de Ponte de Lima – um livro de Luís Dantas
(António Matos Reis)
História Limiana do Século XX – Militares Limianos na Guerra Colonial
(Mário Leitão)
Grandes Romarias do Alto Minho: Santa Justa do Monte (Serra d’Arga) – S. Pedro d’Arcos
(Noé Gonçalves)
Monumento às Feiras Novas e ao Folclore
III Feira do Cavalo de Ponte de Lima – Sucesso absoluto
Freguesias do Concelho de Ponte de Lima - Estorãos
(Maria Lourenço)
A Casa e Quinta de (ou da) Pousada - Calvelo - Ponte de Lima
(Cláudio Lima)
Solares de Portugal – Quinta do Rei
Editorial
Ponte de Lima e o Património Imaterial
A expressão "património imaterial", de utilização relativamente recente no nosso léxico cultural, tornou-se progressivamente recorrente a partir da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, adoptada na 32.ª Conferência Geral da UNESCO, em Paris, em 17 de Outubro de 2003.
De acordo com esta Convenção, entende-se por património cultural imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Ainda como nela vem definido, o património cultural imaterial manifesta-se, nomeadamente, nos seguintes domínios: tradições e expressões orais, incluindo a língua como vector do património cultural imaterial; artes do espectáculo; práticas sociais, rituais e eventos festivos; conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo; e aptidões ligadas ao artesanato tradicional.
Apesar da inegável importância do património cultural imaterial enquanto factor essencial para a preservação da identidade e memória colectivas, esta Convenção só viria a ser aprovada pela Assembleia da República em 24 de Janeiro de 2008 e ratificada pelo Decreto do Presidente da República n.º 28/2008, de 26 de Março. Mais recentemente, foi definido o regime jurídico de salvaguarda do património cultural imaterial, através do Decreto-Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho, diploma que estabelece as medidas de salvaguarda deste património, os procedimentos a adoptar para a sua inventariação e a criação da Comissão para o Património Cultural Imaterial, órgão independente com funções deliberativas e consultivas, nomeadamente em matéria de instrução dos procedimentos de inventariação.
Este diploma atribui a responsabilidade de coordenação das diversas iniciativas ao Instituto dos Museus e da Conservação, enquadrando, ainda, a participação das autarquias locais, por se considerar que o respectivo papel reveste especial importância na promoção e apoio para o conhecimento, defesa e valorização das manifestações do património cultural imaterial mais representativas das respectivas comunidades.
Dotada de um vasto e valioso património cultural imaterial, Ponte de Lima pode orgulhar-se do seu papel pioneiro no estudo e levantamento do Património Imaterial Limiano, antecipando-se à aprovação da Convenção e do regime jurídico instituído pelo referido Decreto-Lei, como resulta da publicação, em Novembro de 2007, da obra Património Imaterial de Ponte de Lima, o primeiro de um conjunto de quatro volumes que visaram o estudo alargado do Património Limiano em muitas das suas vertentes, naquele que é considerado um dos maiores e audaciosos desafios do Projecto Ponte de Lima Terra Rica da Humanidade, e que constitui, na expressão feliz do Prof. Doutor José Cândido de Oliveira Martins, “um notável repositório do multissecular património Limiano”.
Esta obra abrange, ao longo de mais de 260 páginas profusamente ilustradas, temáticas tão diversas como as festas e romarias do Concelho de Ponte de Lima; músicas, danças e cantares tradicionais; grupos e ranchos folclóricos; bandas filarmónicas; lendas, crenças e outras tradições orais; jogos, artes tradicionais; gastronomia; etc.
Conforme refere o Prof. Doutor Álvaro Campelo, coordenador da obra, “de alguma forma a cultura imaterial é o cimento que dá sentido a todo o restante património. Não se pode entender aquilo que os nossos pais nos legaram, concretizado em construções e monumentos, sem compreendermos as vivências da sociedade que os produziu, as formas, os processos de produção, os saberes e o imaginário que lhes estão subjacentes.”
Ponte de Lima foi capaz de compreender esta realidade, o que, com justificado orgulho, nos coloca na vanguarda do estudo e inventariação do Património Cultural Imaterial.
Fotografia de Carlos Monteiro
Conteúdos
Editorial – Ponte de Lima e o Património Imaterial
(José Pereira Fernandes)
Poema “Lisboa”, de Sophia de Mello Breyner Andresen
Página Literária: Viajar com… António Feijó
(Cláudio Lima)
Ponte de Lima Vila Romana
(Daniel Campelo – Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima)
Serra d’Arga: Por uma estratégia coesa de valorização identitária e paisagística
(Victor Mendes – Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima)
Casa do Concelho de Ponte de Lima apresenta em Lisboa o novo livro de A. M. Couto Viana, Que é que eu tenho, Maria Arnalda? E outros contos pícaros
Da interrogação à Cidadesinha, de António Manuel Couto Viana
(Ricardo de Saavedra)
Senhores de Ponte de Lima
(António Manuel Couto Viana)
Homenagem da Sociedade Histórica da Independência de Portugal a António Manuel Couto Viana, Wai Pok Man
(José Pereira Fernandes)
Grupo de Cavaquinhos e Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Ponte de Lima – Das Festas de Lisboa à Feiras Novas
(Irene Vieira Rua)
Romaria Limiana de 2009
(Irene Vieira Rua)
Sophia: A beleza das palavras e das coisas
(Fernando Aldeia)
António Feijó, o património da gastronomia limiana e o arroz de sarrabulho
(José Cândido Martins)
Os Morros de Nóqui, de Cláudio Lima
(Luís Dantas)
Figuras Populares de Ponte de Lima – um livro de Luís Dantas
(António Matos Reis)
História Limiana do Século XX – Militares Limianos na Guerra Colonial
(Mário Leitão)
Grandes Romarias do Alto Minho: Santa Justa do Monte (Serra d’Arga) – S. Pedro d’Arcos
(Noé Gonçalves)
Monumento às Feiras Novas e ao Folclore
III Feira do Cavalo de Ponte de Lima – Sucesso absoluto
Freguesias do Concelho de Ponte de Lima - Estorãos
(Maria Lourenço)
A Casa e Quinta de (ou da) Pousada - Calvelo - Ponte de Lima
(Cláudio Lima)
Solares de Portugal – Quinta do Rei
Editorial
Ponte de Lima e o Património Imaterial
A expressão "património imaterial", de utilização relativamente recente no nosso léxico cultural, tornou-se progressivamente recorrente a partir da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, adoptada na 32.ª Conferência Geral da UNESCO, em Paris, em 17 de Outubro de 2003.
De acordo com esta Convenção, entende-se por património cultural imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Ainda como nela vem definido, o património cultural imaterial manifesta-se, nomeadamente, nos seguintes domínios: tradições e expressões orais, incluindo a língua como vector do património cultural imaterial; artes do espectáculo; práticas sociais, rituais e eventos festivos; conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo; e aptidões ligadas ao artesanato tradicional.
Apesar da inegável importância do património cultural imaterial enquanto factor essencial para a preservação da identidade e memória colectivas, esta Convenção só viria a ser aprovada pela Assembleia da República em 24 de Janeiro de 2008 e ratificada pelo Decreto do Presidente da República n.º 28/2008, de 26 de Março. Mais recentemente, foi definido o regime jurídico de salvaguarda do património cultural imaterial, através do Decreto-Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho, diploma que estabelece as medidas de salvaguarda deste património, os procedimentos a adoptar para a sua inventariação e a criação da Comissão para o Património Cultural Imaterial, órgão independente com funções deliberativas e consultivas, nomeadamente em matéria de instrução dos procedimentos de inventariação.
Este diploma atribui a responsabilidade de coordenação das diversas iniciativas ao Instituto dos Museus e da Conservação, enquadrando, ainda, a participação das autarquias locais, por se considerar que o respectivo papel reveste especial importância na promoção e apoio para o conhecimento, defesa e valorização das manifestações do património cultural imaterial mais representativas das respectivas comunidades.
Dotada de um vasto e valioso património cultural imaterial, Ponte de Lima pode orgulhar-se do seu papel pioneiro no estudo e levantamento do Património Imaterial Limiano, antecipando-se à aprovação da Convenção e do regime jurídico instituído pelo referido Decreto-Lei, como resulta da publicação, em Novembro de 2007, da obra Património Imaterial de Ponte de Lima, o primeiro de um conjunto de quatro volumes que visaram o estudo alargado do Património Limiano em muitas das suas vertentes, naquele que é considerado um dos maiores e audaciosos desafios do Projecto Ponte de Lima Terra Rica da Humanidade, e que constitui, na expressão feliz do Prof. Doutor José Cândido de Oliveira Martins, “um notável repositório do multissecular património Limiano”.
Esta obra abrange, ao longo de mais de 260 páginas profusamente ilustradas, temáticas tão diversas como as festas e romarias do Concelho de Ponte de Lima; músicas, danças e cantares tradicionais; grupos e ranchos folclóricos; bandas filarmónicas; lendas, crenças e outras tradições orais; jogos, artes tradicionais; gastronomia; etc.
Conforme refere o Prof. Doutor Álvaro Campelo, coordenador da obra, “de alguma forma a cultura imaterial é o cimento que dá sentido a todo o restante património. Não se pode entender aquilo que os nossos pais nos legaram, concretizado em construções e monumentos, sem compreendermos as vivências da sociedade que os produziu, as formas, os processos de produção, os saberes e o imaginário que lhes estão subjacentes.”
Ponte de Lima foi capaz de compreender esta realidade, o que, com justificado orgulho, nos coloca na vanguarda do estudo e inventariação do Património Cultural Imaterial.
(José Pereira Fernandes)
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